quinta-feira, 9 de outubro de 2008

QUAL É O JOGO?

Marise Jalowitzki
Todos os dias encontramos pessoas que estão plenamente adaptadas ao mundo "moderno" e suas premissas: ganhar, lucrar, chegar na frente, lucrar com os outros, angustiar-se, enervar-se, lidar com o medo como um componente necessário e estrutural. Encontramos, também, aqueles que se prendem a doutrinas e dogmas para poder ter uma referência mais divinizada de Vida e que, exatamente por se prender tão fortemente a certos ditames, também acabam prisioneiras de seus preceitos. Também há aqueles que intentam melhorar, que procuram e realizam pequenas ações que possam conceder-lhes mais Paz e Harmonia, que não se preocupam em "salvar a humanidade", nem salvar a si próprios, pois pressentem que o Amor, que está contido em todos os atos, que existe em tudo, é a própria Realização e Libertação. E procuram permanecer conectados com eles. Roberto Happe é um desses. E o jogo que propõe é Jogar o Jogo do Amor, da Confiança e do Entendimento Diz:" Agora, o Jogo é Amar. O jogo é Confiar. O jogo é Entender! O maior presente que você pode dar aos seus amigos, ou a seu parceiro, é a confiança. A confiança de saber que ele é um ser divino e que vai fazer a coisa certa. [...]Abençõe os erros! Você nunca vai conhecer a verdade a não ser que tenha estudado tudo aquilo que não é Verdade. Temos de nos tornar mais confiantes com nosso próprio nível de conhecimento, de discernimento e acreditar mais em nós mesmos. [...}Para iniciar o Jogo, comece escrevendo todas as coisas do passado com as quais você não está feliz!Escreva-as e deixe-as ir embora. Ir embora. Ir embora. À medida em que você as deixa partir, você se liberta da sua dor, a dor que a Alma sente pelo mundo que aí está, pelo sistema, pelas situações.Todos estão sendo novamente colocados frente ao espelho, inclusive os líderes e os governantes e instigados a responder: DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ? Você está ao lado do medo, da escuridão e do conflito, ganhando dinheiro às custas dos outros, ou Você está ao lado do Amor e da Luz e compartilhando e cooperando uns com os outros e servindo uns aos outros com que você sabe? Essa é a escolha! O ser humano é potencialmente criativo.Você pode contribuir positivamente para a Criação. Uma das maneiras é usar a imaginação, sonhar (dormindo e acordado) e imaginar como você quer o mundo, com o que você quer e como você irá ajudar nesse mundo. Estar a serviço é sorrir, é brindar o outro com o seu sorriso, é ouvir o canto dos pássaros, o som do amor através dos animais, ajudar alguém, sorrir para alguém." Para aqueles que puderem reservar 30 minutos de seu tempo para receber algumas pérolas, convido a assistir ao video na íntegra:http://www.roberthappe.net/port/video.htm
Abraços a todos!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Querer ser diferentes os torna iguais

Moacir Jorge Rauber

Um dos grandes desafios de boa parte dos seres humanos é ter a percepção de ser diferente, especial e único. Saber que não existe ninguém entre os mais de seis bilhões de habitantes que seja igual produz no indivíduo essa impressão e, certamente, revigora a vontade de viver, que é instintiva. Se por um lado o indivíduo se valoriza pela unicidade, por outro lado ele também busca a inclusão num grupo de iguais, que pode ser representado por uma religião, por uma nação, por uma torcida, por uma paixão, por uma profissão, enfim por um conjunto de pessoas com o qual tenha identificação. Esse é o dilema, ser igual sendo diferente ou ser diferente sendo igual.

Todo indivíduo, portanto, quer ser respeitado pela sua individualidade, pelo fato de ser único, diferente, um não igual a ninguém. Mas por outro lado nenhum indivíduo quer se sentir isolado, ou seja, tão único que fique sozinho. Por isso a busca pela identificação com algum grupo, justamente para que essa percepção do ser único não seja somente dele, mas principalmente da sua comunidade, da sua “tribo”, ou seja, no meio no qual está inserido, com reflexos na sociedade em geral.
Assim, tem-se o grupo de cantores, atores, artistas, músicos, compositores, surfistas, skatistas, filósofos, entre outros, que criaram algumas características únicas que os identificam como indivíduos, diferenciando-os do grande grupo da sociedade, mas igualando-os entre si. Essas características podem ter sido criadas propositadamente, assim como foram simplesmente surgindo no decorrer da existência de determinado grupo. Ao se tomar um grupo de pessoas unidas pela profissão, como no caso dos advogados que fazem uso da palavra “doutor” antes dos nomes dos profissionais, tem-se uma característica que foi inserida de forma proposital pela força corporativista do grupo, visando benefícios profissionais. Já os surfistas, casualmente criaram um vocabulário próprio que os identifica, sem contudo obter vantagens financeiras por isso.
Atualmente os integrantes de muitos dos grupos citados e não citados se sentem na obrigação de parecerem diferentes, independentemente do conteúdo a ser produzido pelos seus representantes. Desta forma o importante é parecer e não ser. Por isso são mais e mais cantores lançando moda e criando uma identidade visual própria. Esta diferenciação pode ser pelo fato de não ter identidade, para cada evento o inesperado em termos de vestimenta, de aparência. Também pode ser caracterizada por um detalhe que sempre o identificará, como um boné, uma casaca, um brinco, enfim, diferentes adornos pensados especialmente para se diferenciar. Assim sendo temos cantores que não são identificados pela interpretação de suas canções, mas pela performance de sua aparência. Essa mesma técnica se aplica a muitos outros grupos, como atores que buscam seu espaço no mundo das aparências e não do conteúdo de suas interpretações. Por isso cada vez menos se tem filósofos que se diferenciam pela sua filosofia; compositores por suas composições; pintores por suas obras; surfistas e skatistas por suas manobras; jornalistas por suas matérias; músicos por suas apresentações ou por seus arranjos.
Por fim, essa busca constante pela diferenciação é que os torna iguais. Cresce uma tendência em que mais e mais pessoas querem ser únicas, sem o comparativo existente num grupo o que os torna iguais, pelo fato de quererem ser diferentes. A imagem que se procura disseminar pode ser de alguém despojado, vencedor, em desacordo com o sistema, enfim, busca-se que ela se reflita em seus amigos, nos colegas, no trabalho e, também, naqueles que sequer conhecem, atendendo as exigências do mercado. Exigências essas que os levam para o mundo das aparências, ficando o conteúdo em segundo plano. Desta forma o fato de querer parecer ser diferente os tem tornado iguais, mas infelizmente essa igualdade está nivelada por baixo, somente nas aparências, quando deveriam buscar a diferença dentro do seu grupo de iguais em suas produções.