segunda-feira, 5 de maio de 2008

Algumas Divagações sobre o Ponto de Equilíbrio

Moacir Jorge Rauber

Sempre se fala no privilégio, na beleza e na maravilha do fato de sermos únicos, exclusivos, singulares, especiais, entre outros adjetivos relativos a nossa característica humana de dessemelhança para com todos os demais no planeta. Mas, por outro lado, também se deve destacar que o que nos torna únicos é a nossa pluralidade, a nossa multiplicidade de Facetas com as quais nos apresentamos. E buscar o Equilíbrio entre a individualidade e a pluralidade, considerando os extremos a que somos expostos rotineiramente, é o grande desafio.
Considere-se Equilíbrio, em alguns de seus significados segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (Michaelis/UOL), como “proporção, harmonia, e­qui­valência de forças antagônicas num sistema fechado de inter-relação dinâmica, come­dimento, e domínio de si mesmo”. O que está expresso no conceito de Equilíbrio é o que nós almejamos para viver satisfatoriamente. Mas nós nos defrontamos com uma série de variantes que nos influenciam para um lado ou outro. Nós somos plurais, com diversas Facetas, mas por outro lado nós somos únicos. Conviver com a multiplicidade resultante dessa equação torna-se difícil. Somos indivíduos, mas temos nossa face família, nosso lado comunidade, nossa parte política, nossa porção profissional, entre outras frações em que nos dividimos. Também em nossas atitudes somos diversos, porque às vezes somos fortes ou fracos, corajosos ou covardes, independentes ou carentes, audaciosos ou medrosos, extrovertidos ou tímidos, aventureiros ou prudentes, românticos ou realistas, responsáveis ou estouvados, enfim, com quantas outras Facetas mais podemos nos apresentar com relação as atitudes. Nós podemos ser aquele que sente, que pensa ou que fala. Também podemos ser aquele que ouve, que vê ou que percebe. Analisando-nos somente dentro destas particularidades já seríamos muitos num só. Enfim, nós podemos ponderar sobre cada uma de nossas Facetas podendo subdividi-las em outras tantas, não chegando a um consenso sobre quem ou quantos nós realmente somos. Porque quando pensamos podemos fazê-lo de diferentes maneiras sobre o mesmo ou sobre diversos assuntos; quando sentimos somos acometido pelos mais variados sentimentos, como amor, ódio, paixão, raiva, gratidão, inveja, entre outros tantos sentimentos positivos e negativos, geralmente carregados de emoção que nos dão múltiplas Facetas. Quando falamos podemos dizer o que pensamos ou ocultar, expressando-nos com diferentes palavras daquelas realmente pensadas. Quando ouvimos podemos fazê-lo de forma a selecionar o que realmente nos interessa e não o que deveríamos ouvir. Quando vemos, de igual modo, podemos fazê-lo sob muitos ângulos e diferentes prismas. E quando percebemos podemos perceber de tantas maneiras que não há palavras, pensamentos, atitudes ou sentimentos que possam expressar a diversidade de Facetas oriundas da profusão de percepções em que nos transformamos.
É essa multiplicidade, essa pluralidade pelas incontáveis reações e percepções de nossas diferentes Facetas que nos transforma em seres únicos. Embora seja esse contraponto que nos tem levado ao desequilíbrio, ampliadas pelas inúmeras interferências do ambiente externo, como trabalho, sociedade e família. Essas condições nos levam a amar ou odiar demais nas relações pessoais; a nos dedicar ou nos descuidar demais nas relações profissionais; ou a dar ou esperar demais nas relações sociais. Esses exageros se aplicam a quase todas as esferas de nossas vidas, alcançando nossas diferentes FACETAS!. Na alimentação, na bebida, nas críticas ou nos elogios, muitas vezes exageramos para lá ou para cá. E, nós não precisamos ser cientistas para saber que o equilíbrio se encontra no meio termo, que nos levará a uma vida harmônica. Mas como fazê-lo? Eis o desafio.
O primeiro texto será A Menina ou o Bebê que trata do Ponto de Equilíbrio entre dois extremos. Leia e comente.

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